Sindicatos protestam contra terceirização e precarização promovidas pelo Santander em Sorocaba

Na manhã desta quinta-feira (24), sindicatos de bancários realizaram uma manifestação em frente à empresa Pulse, no centro de Sorocaba (SP), denunciando a crescente terceirização promovida pelo banco Santander. A Pulse, antiga SX, é uma prestadora de serviços do banco e tem sido apontada como símbolo da substituição de bancários por trabalhadores terceirizados em condições precárias.

O ato foi organizado pelo Sindicato dos Bancários de Sorocaba e contou com a participação de dirigentes sindicais de Piracicaba, Campinas e Rio Claro. Os manifestantes criticam o modelo de contratação adotado pelo Santander, que, segundo eles, tem resultado na perda de direitos trabalhistas e na precarização das condições de trabalho.

Entre 2019 e 2023, o setor bancário perdeu cerca de 27 mil postos de trabalho, enquanto o Santander ampliou seu quadro funcional para 55,6 mil empregados, muitos deles terceirizados, como os que atuam na Pulse. Esses trabalhadores desempenham funções típicas de bancários, mas recebem apenas um salário mínimo, com benefícios reduzidos e sem acesso à convenção coletiva da categoria.

Além da substituição de mão de obra, os sindicatos denunciam o fechamento de 272 agências físicas, mesmo com o banco tendo registrado um lucro expressivo de R$ 13,87 bilhões no último período. Para os representantes sindicais, trata-se de uma estratégia para aumentar os lucros às custas dos direitos dos trabalhadores.

“A luta é por dignidade, respeito e justiça para todos os trabalhadores que contribuem com o sistema bancário brasileiro”, afirmou Julio Cesar Machado, presidente do Sindicato dos Bancários de Sorocaba.

Os sindicatos exigem o reconhecimento dos funcionários da Pulse como bancários, o que garantiria a eles os direitos previstos na convenção coletiva da categoria. A mobilização também busca alertar a sociedade sobre os impactos da terceirização desenfreada no setor financeiro.