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Foto do escritorSindicato dos Bancários

Banco do Brasil em risco

“Se é público é de todos!” 


Na última semana foi veiculada na mídia a gravação da reunião ministerial do dia 22 de abril, onde um dos trechos chamou a atenção da população, o posicionamento do ministro Paulo Guedes sugestivo à privatização do Banco do Brasil. Em uma fala montada por palavras de baixo calão, o ministro então ataca a instituição e defende sua venda. Um desrespeito a uma história de mais de 200 anos de banco e de relacionamento entre sociedade e funcionários!

A fala do ministro espantou, desapontou e entristeceu muitos por demonstrar tamanho desprezo ao verbalizar sua vontade de entregar um patrimônio público do povo brasileiro à iniciativa privada.


Entendemos que neste momento é papel fundamental do Banco colocar em prática sua função social, seu zelo para com a economia e o pequeno empreendedor, por respeito à história e seu notório papel no País. Neste caso, era dever primordial conceder créditos àqueles que mais precisam para fazer girar a roda da economia brasileira. Como resultado, sua marca e crédito consolidados em meio a uma das maiores crises já enfrentadas no Brasil: a pandemia do Coronavírus, onde a maior parte do país encontra-se parada, milhares em luto e todos com a mesma interrogação: “Até quando?”.


Ao invés de instrumento para o bem do trabalhador de bem, a sugestão do ministro do presidente Jair Bolsonaro, planta a dúvida, a incerteza e o medo a milhares de milhares de clientes e trabalhadores. Entre as consequências da privatização estão: juros mais altos, inacessibilidade aos pequenos, desemprego, instabilidade econômica, caos...


O Banco do Brasil é patrimônio público e se é público é de todos! Para todos! O desprezo e tamanha irresponsabilidade foi verbalizado ironicamente pela “autoridade ministerial”. Abre aspas: “nós vamos ganhar dinheiro usando recursos públicos para salvar grandes companhias. Agora, nós vamos perder dinheiro salvando empresas pequenininhas”, fecha aspas. Tal fala é a demonstração de uma visão neoliberal que enxerga na privatização uma maneira de evitar a perda de recursos públicos ao salvar empresas de porte menor, justamente as maiores responsáveis pelas vagas de emprego no País.


De acordo com registros financeiros do Banco do Brasil, entre março de 2016 e março de 2020, o valor da carteira para micro, médias e pequenas empresas (MPME) foi reduzido de R$ 127,3 bilhões para R$ 65,9 bilhões. No mesmo período, a carteira de crédito total encolheu de R$ 411,5 bilhões para R$ 272,9 bilhões, em valores reais (considerada a inflação do período).


A força das micro, pequenas e médias empresas e sua real importância para a taxa de empregabilidade no país é notória. De acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), compilado pelo Sebrae em 2019, as micro e pequenas empresas abriram 731 mil vagas formais, enquanto as médias e grandes fecharam 88 mil. Considerando os dados de 2007 a 2019, os pequenos negócios criaram 12,4 milhões de vagas. Enquanto isso, médias e grandes empresas fecharam 1,5 milhão.


Com a pandemia no país, a dificuldade na liberação de crédito para quem mais precisa e a ânsia do governo Bolsonaro em privatizar um dos maiores patrimônios históricos do país, corremos um sério risco de entrarmos em colapso de desemprego e crise financeira.


O governo Bolsonaro coloca em risco milhares de funcionários e trabalhadores do Brasil!


Jeferson Boava,

Presidente da Federação dos empregados Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul

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