Ana Botin, presidente do Santander
A presidente mundial do Banco Santander, Ana Botín, afirmou que o banco está interessado na compra dos ativos do Citibank no Brasil, mas que "não tem de comprar" para garantir competitividade no país.
O banco americano colocou à venda sua divisão de varejo no Brasil, Argentina e Colômbia. Itaú, Safra e Santander estão na disputa pela rede americana no Brasil.
"Temos o interesse e a obrigação de analisar todas as oportunidades. No ano passado, não obtivemos êxito [na disputa pelo HSBC no Brasil]. Esta seria uma aquisição add on [para agregar valor]. Já temos massa crítica nos países da América Latina para competir e não temos de comprar [o Citibank] para continuar crescendo."
As declarações foram dadas durante a abertura do XV Encontro Santander, evento que o banco promove uma vez por ano.
O Santander teria feito oferta pela divisão do Citibank na Argentina e no Brasil, onde a rede conta com 71 agências. A operação comercial no país registra prejuízos e, por isso, a matriz do banco americano decidiu colocá-la à venda.
PERSPECTIVAS
A banqueira disse ainda que o Santander colocou à disposição da America Latina US$ 11 bilhões para financiamentos de longo prazo para os próximos três anos. Ela espera que o Brasil recupere a liderança do grupo em 2017 na participação do resultado (lucro líquido). Isso deverá acontecer devido à valorização do real e pela desvalorização da libra.
Hoje, o Reino Unido responde por 23% da participação dos resultados (lucro). O Brasil aparece em segundo lugar, com 18%, à frente da Espanha (15%). Em 2015, o peso do Brasil era de 21%, à frente do Reino Unido (20%).
Para isso, Botín considera que o país precisa implementar as reformas econômicas anunciadas. "O importante no Brasil e na Argentina é barrar a inflação."
Fonte: Folha de São Paulo