Em suas primeiras declarações no cargo, o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, prometeu nesta sexta-feira (13) nomeações técnicas e profissionais para administrar os bancos públicos.
Meirelles participou na manhã desta sexta-feira do programa "Bom Dia Brasil", da "TV Globo".
"As nomeações têm que ser técnicas, profissionais. Não serão nomeados profissionais que não passem em um crivo pessoal meu", afirmou o novo ministro. "Esta é uma área que eu conheço bem, trabalhei muito tempo em bancos, e acredito que teremos condições de ter uma administração técnica e profissional".
Em sua tentativa de ganhar apoio contra oimpeachment, a presidente afastada Dilma Rousseff havia colocado na mesa de negociações postos no Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNB (Banco do Nordeste do Brasil).
"Isto não é instrumento de política. Isto é instrumento sim de crédito, de poupança", afirmou Meirelles na entrevista. "Portanto, os bancos públicos têm que ser administrados como entidades financeiras públicas, que estão aqui para financiar o consumo e a produção".
O ministro afirmou ainda que, antes de anunciar medidas concretas, está fazendo um levantamento para saber qual a verdadeira situação das contas públicas do país. Segundo Meirelles, o primeiro foco de seu Ministério será controlar o crescimento das despesas públicas.
"Nós estamos trabalhando num sistema de metas de despesas públicas onde não haja crescimento real das despesas, nós vamos estabelecer o nominalismo, isto é, as contas deverão ser mantidas em termos nominais [sem descontar a inflação]", disse.
Os programas sociais, afirmou, serão mantidos. "Nós temos desonerações, a chamada Bolsa-Empresário, valores que o governo deixa de arrecadar e que poderiam e deveriam ser pagos pelas empresas. São valores muito superiores ao que é investido nos programas sociais."
IMPOSTOS
O ministro prometeu adotar medidas "duras", mas "necessárias" para que a trajetória da dívida seja sustentável e para que todos confiem que o país "vai ser solvente no futuro".
A proposta de recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) não será retirada de pauta. "Preferencialmente, não se deveria haver aumento de imposto. No entanto, existe uma prioridade, que é o equilíbrio das contas públicas".
Outra medida polêmica, a reforma da Previdência, também será levada à frente por Meirelles. A ideia é estabelecer uma idade mínima com uma regra de transição.
Fonte: Folha de SP