Banco lucrou R$ 4,1 bilhões no período; retração do crédito pelas empresas impactou o resultado, assim como o forte aumento nas despesas para perdas com calotes
Um aumento nas despesas para perdas com calotes levou o Bradesco a ter entre janeiro e março a primeira queda sequencial no lucro em mais de quatro anos, evidenciando o crescente peso da recessão no país sobre o setor bancário. O Bradesco reportou lucro líquido contábil de R$ 4,121 bilhões no primeiro trimestre deste ano, cifra 2,9% menor que a vista no mesmo intervalo de 2015, de R$ 4,244 bilhões. Em relação aos três meses anteriores, quando ficou em R$ 4,353 bilhões, a retração foi ainda maior, de 5,3%.
A carteira de crédito expandida do Bradesco, que considera avais e fianças, fechou março com R$ 463,208 bilhões, redução de 2,3% em relação ao saldo de dezembro, de R$ 474,027 bilhões. Em um ano, quando somou R$ 463,305 bilhões, o saldo ficou estável.
A retração dos empréstimos no início deste ano foi influenciada, conforme relatório que acompanha as demonstrações financeiras do banco, pela pessoa jurídica, cuja carteira encolheu 3,3% na comparação com os três meses anteriores, para R$ 315,449 bilhões. No ano, a queda foi de 1,8%. A carteira de crédito à pessoa física somou R$ 147,759 bilhões ao final de março, estável ante dezembro, mas 4% maior em um ano.
O Bradesco encerrou o primeiro trimestre com R$ 1,1 trilhão de ativos, montante 6,5% superior ao visto em 12 meses. No comparativo com dezembro, houve incremento de 2,0%. O patrimônio líquido do banco totalizou R$ 93,3 bilhões de janeiro a março, elevação de 11,2% em 12 meses. Já na comparação com o quarto trimestre do ano passado, foi vista alta de 5,0%.
Apesar da leve queda do lucro, Bradesco manteve estimativas de 2016
Lucro ajustado. O Bradesco também informou lucro líquido ajustado de R$ 4,113 bilhões no primeiro trimestre, recuo de 3,8% em 12 meses, quando ficou em R$ 4,274 bilhões. No comparativo trimestral, quando a cifra foi de R$ 4,562 bilhões, houve queda de 9,8%.
De acordo com o Bradesco, a diferença entre o resultado líquido contábil e o ajustado no primeiro trimestre se deve ao ganho na alienação parcial de investimentos, passivos contingentes e impairment de ações no valor de R$ 57 milhões.
Estimativa. O Bradesco manteve em relatório os guidances estabelecidos para 2016 a despeito do encolhimento dos empréstimos. A manutenção das expectativas já era esperada por analistas do mercado, que julgavam ainda ser cedo para uma mudança nos números.
O Bradesco espera que sua carteira de crédito expandida, que inclui avais e fianças, cresça de 1% a 5% em 2016. Para a pessoa física, o Bradesco projeta alta de no mínimo 4% e no máximo 8%. Já para a pessoa jurídica, o banco trabalha com cenário de estabilidade e, na melhor das hipóteses, elevação de 4%. (Com informações da Reuters)
Fonte: O Estado de S.Paulo